PT denuncia ‘escandalosa’ pressão da Rede Globo para prender Lula
Segundo lideranças do partido, “colunistas amestrados”, “porta-vozes do fascismo” e “oficiais da reserva” ameaçam o país com novo golpe militar
A presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffman (PR), o senador Lindbergh Farias (RJ) e o deputado federal Paulo Pimenta (RS), respectivamente líderes do partido no Senado e na Câmara, divulgaram nota nesta quarta-feira (4) para denunciar a Rede Globo por, com ameaça de golpe militar, pressiona o Supremo Tribunal Federal (STF) a negar ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva o habeas corpus preventivo, cujo mérito será julgado também hoje.
Segundo as lideranças, “colunistas amestrados”, “porta-vozes do fascismo” e “oficiais da reserva”, ameaçam o país com um novo golpe militar, caso o STF conceda o habeas corpus a Lula, restituindo assim seus direitos infringidos por condenação “ilegal e injusta” do juiz Sérgio Moro, confirmada e agravada em segunda instância pelo Tribunal Federal de Porto Alegre.
Eles destacam os 23 minutos do Jornal Nacional desta terça-feira (3) dedicados exclusivamente a influenciar os ministros, manipulando inclusive manifestação do comandante do Exército, general Villas Boas.
“A Globo quer repetir o que fez em 1964, quando incitou chefes militares contra o governo constitucional de Jango Goulart. E o faz agora para pressionar o Supremo. A Globo tem sido historicamente um veneno à democracia”, criticam os parlamentares.
Confira a nota na íntegra:
Rede Globo incita o golpe militar
É escandalosa a pressão da Rede Globo para que o Supremo Tribunal Federal negue ao ex-presidente Lula o direito constitucional de se defender em liberdade da condenação ilegal e injusta, sem crime nem provas, imposta por Sérgio Moro e agravada em decisão previamente combinada da 8a. Turma do TRF-4.
Chegaram ontem (3/4) ao cúmulo de encerrar o Jornal Nacional associando uma declaração do comandante do Exército, general Villas Boas, ao julgamento marcado para hoje do habeas corpus em defesa de Lula no STF.
Não é natural da democracia que chefes militares se pronunciem sobre questões políticas ou jurídicas, como vem ocorrendo nos últimos dias. Mais estranho ainda é que uma manifestação do comandante do Exército, general Villa Boas, em rede social, seja divulgada e manipulada no decorrer de uma edição do Jornal Nacional especialmente dedicada (23 minutos) a pressionar os ministros do STF.
Nos governos do PT, prestigiamos as Forças Armadas como nenhum outro desde a redemocratização do País. Em nossos governos, não faltou fardamento nem rancho para os recrutas. Investimos na defesa das fronteiras terrestres, das águas territoriais e do espaço aéreo, devolvendo a dignidade aos militares.
E assim como defendeu o general Villas Boas nas redes sociais, nós do PT sempre combatemos a impunidade e respeitamos a Constituição, inclusive no que tange ao papel das Forças Armadas definido na Constituição democrática de 1988.
A defesa da Constituição implica em reconhecer a presunção da inocência, conforme definida no parágrafo 57 do artigo 5o. É o que esperamos que seja ratificado hoje pelo plenário do STF.
A Globo quer repetir o que fez em 1964, quando incitou chefes militares contra o governo constitucional de Jango Goulart. E o faz agora para pressionar o Supremo. A Globo tem sido historicamente um veneno a democracia.
Colunistas amestrados da imprensa, porta-vozes do fascismo e até oficiais da reserva vêm brandindo a ameaça de um novo golpe militar contra o reconhecimento dos direitos de Lula. São as vozes do fascismo e da intolerância.
A saída para a crise política, econômica e social está na realização de eleições livres e democráticas, com a participação de todas as forças políticas e sem vetos autoritários a Lula. E no respeito ao pacto político consagrado na Constituição de 1988. É este pacto, democrático, que o STF tem o dever de proteger.
Senadora Gleisi Hoffmann
Presidenta do Partido dos Trabalhadores
Senador Lindbergh Farias
Líder do PT no Senado Federal
Deputado Paulo Pimenta
Líder do PT na Câmara dos Deputados
Fonte: Rede Brasil Atual