Professores da educação infantil de Belo Horizonte decidem manter greve que já dura 43 dias
A decisão foi tomada em assembleia realizada na manhã desta quarta-feira no Centro de Belo Horizonte. Na última segunda-feira, o prefeito Alexandre Kalil (PHS) retirou a proposta de reajuste de 20%
O impasse na negociação salarial da rede de educação infantil de Belo Horizonte parece estar longe do fim. Em assembleia realizada na manhã desta quarta-feira, os professores decidiram manter a greve que já dura 43 dias. Na última segunda-feira, o prefeito Alexandre Kalil (PHS) retirou a proposta de reajuste salarial de 20% apresentada aos educadores. O ultimato havia sido dado na última semana para que os profissionais voltassem para as salas de aula.
Centenas de professores se reuniram nesta manhã na Avenida Afonso Pena em frente a sede da administração municipal, no Centro da cidade. Mesas e cadeiras foram colocadas na via, onde os educadores discutiram a situação da paralisação. Por volta das 11h30, eles decidiram manter a greve. Por causa da reunião, o trânsito ficou lento.
A principal reivindicação dos professores do ensino infantil é uma equiparação salarial com os educadores do fundamental. De acordo com o Sind-Rede/BH, os profissionais das Umeis têm um vencimento inicial de R$ 1.450 (nível1), bem abaixo dos R$ 2,2 mil (nível 10) pagos aos profissionais do ensino fundamental em início de carreira.
A categoria apresentou uma proposta de escalonamento à PBH, em que os professores da educação infantil atingiriam o nível cinco em junho, o oitavo degrau em dezembro e a escala 10 em julho de 2019. O que não foi aceito. A rede infantil da capital conta com aproximadamente 700 mil alunos matriculados.
A administração municipal ofereceu à categoria um aumento de até 20% e a retomada do Projeto de Lei 442, que prevê melhorias na carreira, com previsão de outras negociações até o fim do ano. A proposta de reajuste foi retirada no início desta semana.
O concurso para professor da educação infantil exige formação em nível médio e para o fundamental, curso superior. Porém, a própria PBH informou que 70% das professoras das Umeis têm graduação. Pelo projeto apresentado pela prefeitura, professoras com nível superior que assumiram recentemente seus cargos saltariam do nível 1 para o 4. A carreira de docentes municipais de BH tem 24 níveis.
Por João Henrique do Vale
Fonte: Estado de Minas