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Moraes é aprovado pelo Senado e será ministro do STF pelas próximas décadas

22 de fevereiro de 2017, dia da aprovação pelo Senado Federal do ministro Alexandre de Moraes para a cadeira no Supremo Tribunal Federal. A decisão tomada nessa manhã, em votação secreta, por senadores diretamente envolvidos na Lava Jato e que serão julgados por Moraes, repercutirá pelas próximas décadas. Pela idade, Alexandre de Moraes, se quiser e se as regras previdenciárias não mudarem, poderá ficar no cargo até 2043. A votação contou com 55 votos favoráveis e 13 desfavoráveis.

A decisão chancelou a escolha do presidente Michel Temer, mas que foi contestada na academia, que apontava plágio e um currículo maquiado com cargos inexistentes, por movimentos sociais que destacaram todas as falhas e truculências de Moraes no Ministério da Justiça e na Secretaria de Segurança Pública de São Paulo; muitos ainda apontaram a umbilical relação partidária do ministro com políticos investigados e que ele, agora, irá julgar. Além disso, foi apontada também a “sabatina informal” ocorrida em chalanas de senadores ou em gabinetes fechados.

Essas, entre outras polêmicas, tornaram Moraes o candidato mais rechaçado da história, com um abaixo assinado de mais de 270 mil pessoas entregue ao senado pela rejeição da indicação. Entidades de Direitos Humanos e Professores colegas na Faculdade de Direito da USP também foram a público repudiar o nome e pedir para que fosse rejeitado.

Sabatina na Comissão de Constituição e Justiça foi tranquila. Foto: Pedro França/Agência Senado

Apesar de tudo isso, a sabatina realizada ontem, 21, foi extremamente simpática e pouco incomodou o candidato, aprovado por 19 votos a 7. Com ampla maioria ligada ao governo, senadores adiantaram o voto de aprovação e tornaram a sessão um grande teatro de cartas marcadas. Nesta manhã, a votação foi rápida e os discursos anteriores foram dispersos por temas variados e não questionaram as incoerências da nomeação e a votação secreta.

Agora, o próximo passo será a posse de Moraes no Supremo Tribunal Federal. A partir deste dia, ele terá grande poder para interferir na vida política do país pelas próximas décadas.