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Depois do golpe, o fim das aposentadorias

Fonte: Portal Fórum

Por Alencar Santana Braga*

O último dia 15 de março ficará marcado como mais um dia de protestos e paralisações por todo o país.

Em São Paulo, maior cidade brasileira, além de diversas categorias terem aderido ao dia de luta, como metroviários, rodoviários e professores, cerca de 200 mil pessoas caminharam de diversos pontos da cidade até a Avenida Paulista, onde ocorreu grande ato unificado.

A pauta: todos contra a proposta do governo de alterar as regras da previdência pública.

Tais mudanças, em nosso entendimento, bem como no entendimento de economistas, juristas e outros técnicos, pode representar o fim do direito à aposentadoria para milhões de brasileiros e brasileiras, especialmente aos mais jovens e aos mais pobres.

Dentre outros pontos, a proposta que pode ser aprovada pelo Congresso pretende aumentar para 65 anos a idade mínima para aposentadoria e exigir 49 anos, ininterruptos, de trabalho formal e de contribuição para se receber o benefício integral.

Tal medida, prejudicaria a maior parte do povo, deixaria muitos e muitas sem expectativa de se aposentar um dia e atingiria diretamente os jovens que, com a recessão e as altas taxas de desemprego, demoram muito para entrar no mercado formal e correm o risco de não conseguirem chegar vivos aos 49 anos propostos.

Ainda, a tal “reforma da previdência” considera que homens e mulheres devem trabalhar formalmente até a mesma idade, desconsiderando ser o Brasil um país de cultura patriarcal, onde o peso da dupla – ou até tripla – jornada das mulheres não pode ser ignorado.

Também, se aprovada, prejudicaria categorias como a dos professores dos ensinos público e privado e servidores das três esferas e acabaria com a aposentadoria dos pequenos agricultores e camponeses.

Por isso, o povo foi às ruas para dizer a essa “reforma”, que significaria o fim do direito à justa aposentadoria.

Em tempos de crise econômica, é dever do governo estar ao lado da população e não contra ela.

Em tempos de crise, o governo precisa criar formas de gerar emprego, ampliar a renda e não permitir retrocessos.

Em tempos de crise, para garantir seu custeio e o equilíbrio das contas, o governo precisa saber optar em onerar os mais ricos, as elites financeiras, e poupar os mais pobres e o povo trabalhador.

*Alencar Santana Braga é Deputado Estadual (PT-SP)