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Argentina: Centrais sindicais fazem greve geral contra política econômica do governo Macri

Greve vai durar 24 horas; é a terceira paralisação geral desde que Mauricio Macri assumiu governo, dois anos e meio atrás

Centrais sindicais convocaram greve geral na Argentina; acessos a Buenos Aires foram fechados | Reprodução/TN

A Confederação Geral do Trabalho (CGT) e outras centrais iniciaram nesta segunda-feira (25/06) uma greve geral de 24 horas na Argentina contra a política econômica do governo de Mauricio Macri. É a terceira paralisação generalizada que acontece desde que ele assumiu o cargo, dois anos e meio atrás.

“Queremos demonstrar ao FMI que estamos contra este ajuste”

Segundo a imprensa argentina, em Buenos Aires, metrô e trens não circulam; os bancos não prestarão atendimento; o serviço de coleta de lixo foi interrompido. Os ônibus circulam com restrições e há registros de cancelamentos de voos nos aeroportos Aeroparque e Ezeiza. Algumas das principais vias de acesso à capital do país foram fechadas por manifestantes.

De acordo com o líder sindical Hugo Yasky, secretário-geral do Centro dos Trabalhadores Argentinos (CTA), a paralisação também é sentida no resto do país. “Queremos demonstrar ao FMI que estamos contra este ajuste”, disse à Rádio Cooperativa. Já para o ministro do Trabalho, Jorge Triaca, a greve geral “não serve para coisa alguma, porque não vai resolver os problemas dos argentinos”.

A paralisação ocorre cinco dias após o primeiro desembolso dos US$ 50 bilhões que o Fundo Monetário Internacional (FMI) emprestou ao governo argentino. Em troca do empréstimo, o governo se comprometeu a reduzir os gastos públicos e a inflação, que este ano deve chegar a quase 30%.

Às vésperas das paritárias, as negociações entre sindicatos e empresários, as centrais sindicais tomam a paralisação como demonstração de força.

Para alguns setores da economia, o momento atual é comparado à crise de 2001, apontada como a pior da história recente da Argentina.

Reivindicações

Os diferentes sindicatos têm pauta comum: reajuste de salários para combater a elevação do custo de vida, que em 2017 chegou a 25%. Também reivindicam garantias para evitar demissões.

Por sua vez, o governo anunciou que vai reduzir o tamanho do Estado e o programa de obras públicas – que esperava usar para reativar a economia e gerar empregos. O ministro da Fazenda, Nicolas Dujovne, disse que o crescimento econômico será menor e a inflação será maior do que o esperado. Mas, segundo ele, o acordo com o FMI teria evitado o agravamento da crise.

A Igreja Católica também divulgou um documento, apelando ao governo para não adotar políticas de ajuste que aumentem a desigualdade. Em nome do papa Francisco, que é argentino, religiosos apelaram para que o interesse social se sobreponha ao econômico.

Desde dezembro, o peso argentino perdeu metade de seu valor. Segundo o presidente do Banco Central argentino, Luis Caputo, a desvalorização terá um custo no curto prazo.

Macri

O presidente da Argentina, Maurício Macri, se pronunciou sobre a greve e disse que esse tipo de movimento não contribui em nada. “As greves não contribuem em nada, não somam. Porque não creio que tenha havido em décadas um governo com tanta preocupação por exemplo, com os trabalhadores, para gerar oportunidades, para fortalecer os empregos que temos e criar novos”, afirmou nesta segunda-feira o presidente argentino em programa de televisão.

 

Com informações da Agência Brasil

Fonte: Opera Mundi