8M: Ninguém nunca mais irá nos calar!
O 8 de Março é para celebrar a memória de luta por meninas, jovens, adultas e idosas que construíram e constroem nossa caminhada diária.
O MTST está no punho erguido de todas as trabalhadoras que fazem suas ocupações.
O dia da mulher é uma data de luta e resistência por todas nós que, diariamente, encaramos o machismo em diversos espaços sociais, quando respondemos com o grito de justiça por todas as mães que veem seus filhos mortos na periferia, no reivindicar das demarcações de terras das companheiras indígenas e quilombolas e pelo direito constitucional à moradia digna; na voz das mulheres do campo e seu espaço de plantio e colheita e na força de todas nós que exigimos respeito aos nossos corpos tão violados pelo capitalismo.
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O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, junto de diversas organizações, movimentos e mulheres autônomas, realizou uma série de ações que contemplou todas as mulheres que nos tornamos ao longo de nossa existência!
Logo nas primeiras horas do 8M, as guerreiras de Sergipe ocuparam um antiga casa de cultura com o objetivo de um espaço para o acolhimento e combate à violência que mulheres são submetidas em suas vidas e pelo fim de uma sociedade que subjuga e silencia quando, na verdade, deveria defender que todos e todas caminhem lado a lado.
Em Pernambuco, o dia começou quente! Companheiras realizaram um fechamento de rodovia para demonstrar toda sua força na luta pela segurança da mulher, qualidade de atendimento e infraestrutura em serviços essenciais à dignidade feminina e no embate contra a segregação do mercado de trabalho, insegurança física e psicológica que existe nos espaços urbanos e no descaso ao amparo das mães trabalhadoras que precisam se desdobrar ao cuidar de seus filhos.
Presenciamos em Goiás, Alagoas e Brasília atos e marchas durante todo o dia com o grito contra a perda sucessiva de direitos, seja pelo golpe de uma reforma trabalhista que precariza ainda mais as condições de trabalho das mulheres quanto pela farsa de uma reforma previdenciária que explora homens e mulheres, e retira o direito à aposentadoria. As alagoanas ocuparam ainda a Secretaria de Estado da Mulher para cobrar uma audiência com o Governador do estado, Renan Filho.
No Ceará, trabalhadoras do MTST ocuparam a Casa da Mulher Brasileira como símbolo de resistência a todos os tipos de violência que uma mulher é submetida, seja física ou psicológica e reforçar que unidas, somos ainda mais fortes, somos sementes de um futuro melhor. Vale reforçar que companheiras de Roraima e do Sul realizaram atos e debates antes de estarem presentes em marchas e assim, levar informação e ainda mais força para que todas empunhassem suas mãos e vozes de forma uníssona.
Nas capitais do Rio de Janeiro e São Paulo, além das marchas, uma saindo da Cinelândia, no centro do Rio, e outra pela Avenida Paulista. Ambas contaram ainda com a presença de diversos movimentos sociais e coletivos de luta feminina que trouxeram faixas, cartazes e intervenções que denunciavam abusos, explorações — como na ação em frente às Lojas Marisa, na capital paulista, e clamavam pelo enfrentamento ao silêncio engajado do poder público que faz avançar em todas as esferas o projeto neoliberal que expropria a vida das mulheres.
São incontáveis as desigualdades e opressões silenciadas e invisíveis que tornam o próprio silêncio opressor. Combater todo esse silêncio devastador é uma bandeira a ser levantada todos os dias e em todos os momentos de nossa caminhada neste país tão golpeado.
Ninguém nunca mais irá nos calar porque nossa resposta é a luta como forma de celebração e, sobretudo, resistência! E entrelaçando com a fala histórica de Rosa Luxemburgo: “Quem não se movimenta não sente as correntes que o prendem” — no que depender de nossas guerreiras, grilhão nenhum nos deterá!