Ocupação do MTST em Maceió (AL)
Na manhã de 10 de fevereiro, o MTST em Alagoas ocupou um terreno de propriedade do Centro Universitário CESMAC, que se encontrava em abandono há mais 20 anos. O terreno se localiza no Tabuleiro dos Martins, em frente a avenida Durval de Góes Monteiro, em Maceió. Por falta de avanço das negociações com o Governo de Alagoas (MDB), voltamos com a Ocupação Dandara nesta área.
Um fenômeno que se explica pelas consequências de uma crise econômica que atinge diretamente a vida das pessoas mais pobres. Estas famílias recorrem às ocupações de terra, pois já não conseguem mais pagar aluguel e se alimentar; começam a novamente ter que optar entre o aluguel e ter o que comer e dar de comer aos filhos.
As condições de vida das ocupações são precárias. Ocupar não é uma escolha, é a última esperança para muitas famílias.
Contexto das Ocupações em Maceió
O MTST Alagoas, no dia 16 de setembro de 2017, havia ocupado um terreno destinado aos Correios, que segue em total abandono, e onde os próprios Correios já têm o seu Centro de Distribuições, no Distrito Industrial. No dia 12 de novembro, ocorreram os despejos de 496 famílias de maneira pacífica e sem nenhum suporte dos órgãos envolvidos.
Após a ordem de despejo o movimento se reuniu com o Governo Estadual, que prometeu atender as famílias despejadas. O prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), no entanto não parece muito preocupado com as famílias.
A moradia digna é direito assegurado pela Constituição. Maceió possui um dos maiores déficite habitacionais dentre as capitais brasileiras, quadro que tende a piorar na medida em que famílias se deslocam diariamente do interior para a capital em busca de melhores condições de vida.
O mesmo prefeito, que comanda em parceria com aqueles que lucram com a especulação imobiliária, persegue os trabalhadores informais que tentam ganhar a vida honestamente no centro de Maceió. Vamos lutar pela garantia dos direitos e pela dignidade dos trabalhadores e trabalhadoras, ao tempo em que convocamos os movimentos sociais e a sociedade civil a se engajar nessa luta tão relevante.
A Justiça tem, em suas mãos, a possibilidade de fazer valer o direito constitucional das famílias que querem negociar sua permanência no terreno, e garantir suas moradias ou de validar o direito de propriedade de quem descumpre a lei.