Mais de 10 Mil | Contra criminalização e em solidariedade às vítimas do Paissandu, movimentos de moradia marcham unidos em SP
O centro de São Paulo testemunhou uma grande marcha na tarde desta quarta-feira, 9 de maio. Mais de 10 mil pessoas caminharam em solidariedade às famílias que moravam na ocupação do edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo do Paissandu, que pegou fogo e desabou no feriado de 1º de maio — o número exato de vítimas ainda é desconhecido.
Talvez pela primeira vez na história, todos os movimentos sociais de moradia da cidade estavam unidos na rua, também protestando em nome das ocupações e contra a forte criminalização que sofreram desde a tragédia do Paissandu. Além de moradores e moradoras de ocupas — entre elas, milhares dos acampamentos do MTST –, lutadores e lutadoras, estavam presentes muitos simpatizantes de quem sente na pele o déficit de moradia no Brasil.
O ato em defesa das ocupações ainda contou com a presença de parlamentares ativos no que se refere à pauta de moradia. Pré-candidato pelo PSOL à presidência da República e coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos também discursou ainda no início da tarde.
A manifestação teve sua concentração na praça da Sé, que ficou pequena até a saída em marcha pelas ruas próximas, passando pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), Caixa Econômica Federal e pela sede da Prefeitua de São Paulo, onde o direito à moradia digna e o seu financiamento foram reivindicados e um documento assinado pelos movimentos foi entregue.
O protesto seguiu até o Largo do Paissandu, unindo-se aos sobreviventes do incêndio do Wilton Paes de Almeida, que seguem acampados no local à espera do suporte adequado do poder público. Um ato ecumênico encerrou a manifestação, à luz de milhares de velas.
#Quemocupanãotemculpa